quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Novo capítulo começa para os e-readers brasileiros

Aumenta a oferta no mercado nacional de aparelhos para leitura de livros digitais

Guilherme Neves
guilherme.neves@rbsonline.com.br



A partir desta semana, a rede Livraria Cultura está oferecendo com exclusividade um livro que vale por mil. O e-reader (leitor de livros eletrônicos) Alfa, da brasileira Positivo, chega para engrossar a oferta desses aparelhos no Brasil, que até o final deste ano deve ter ao menos cinco dispositivos similares.
Para especialistas, é um sinal de que a leitura digital pode começar a emplacar por aqui. Mas ainda há um obstáculo: a oferta de publicações em português.
Os e-readers permitem carregar centenas de títulos num aparelho leve (em torno de 200 gramas), com as dimensões de um livro médio, a espessura de um lápis e a sensação de leitura similar a do papel. Nos Estados Unidos, a Amazon, responsável pelo Kindle, anunciou em julho que os e-books (livros eletrônicos) já ultrapassam os livros de papel em vendas – nos EUA, o modelo mais barato do Kindle custa US$ 139, enquanto, no Brasil, fica em torno de R$ 550.
Além do Kindle e do Alfa (da Positivo), o consumidor brasileiro tem à disposição o Cool-Er, vendido pela livraria virtual Gato Sabido desde janeiro. Hardware para leitura digital existe. O problema no país ainda são os e-books.
– Quando você experimenta o aparelho, se apaixona pela experiência. Mas, sem conteúdo, as pessoas não vão ter tanto interesse – diz Luciana Ernanny Legey, sócia da Gato Sabido, que vendeu 400 aparelhos desde o início do ano.
No acervo, há 1,5 mil títulos em português e 100 mil em inglês. Na Livraria Cultura, a diferença é mais marcante – 500 livros nacionais, para 120 mil importados. Buscando aumentar a oferta de obras brasileiras, a Cultura firmou, em junho, um acordo com editores.
Para o professor Celso Poderoso, da Faculdade de Informática e Administração Paulista (Fiap), a oferta maior de aparelhos deve gerar demanda de e-books, abrindo caminho para uma mudança no hábito de leitura no Brasil.
– É um ciclo. A oferta de e-readers deve baratear o custo e atrair mais editoras, dando acesso às vantagens de portabilidade e praticidade dos e-books para mais pessoas. A leitura eletrônica deve se consolidar num futuro próximo – diz Poderoso.



ZERO HORA

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